Entre incertezas e falta de boa comunicação, a governadora Fátima Bezerra (PT) decidiu que os alunos da rede pública do Rio Grande do Norte só retornarão às aulas presenciais no próximo ano. Apenas as escolas privadas poderão voltar às aulas neste ano, no dia 5 de outubro.
Não entendeu bem? É isso mesmo! Os alunos de escolas não poderão voltar às salas de aula, mas os estudantes de escolas particulares, poderão sim.
A decisão da governadora petista está baseada em pesquisa e enquete de opinião pública: “Uma enquete realizada pela Inter TV Cabugi sinaliza que 78% são contrários ao retorno às aulas presenciais", tentou justificar Fátima Bezerra.
Perceba que os argumentos da governadora não estão baseados em protocolos de prevenção e controle da proliferação da Covid-19. Não há uma preocupação com os estudos das crianças e dos jovens do RN, mas sim em não sofrer um desgaste maior por parte do (des)Governo Fátima Bezerra. Ela fundamentou sua decisão em enquete de opinião pública.
Na verdade, essa decisão da governadora petista reforça ainda mais a concepção que temos a respeito da realidade da educação pública no RN. O secretário estadual de Educação, Getúlio Marques, confessa o desastre que vivencia nossa educação: “As escolas particulares têm todo o direito de voltar às aulas. Elas têm realidade diferente de nossas escolas públicas”, afirmou Getúlio.
Veja o raciocínio: as escolas privadas podem retomar as aulas presenciais, pois possuem condições para fazer isso. Já as escolas públicas, não. Por que será? As escolas públicas não têm capacidade de abrir suas portas e ofertar ensino e aprendizado aos estudantes pobres, em meio a uma pandemia?
Há controvérsias
Por outro, analisemos a contradição na forma de pensar a pandemia. 78% dos entrevistados afirmaram que são contrários ao retorno das aulas presenciais, pelo motivode ainda não se ter uma vacina contra o coronavírus. Mas, os bares, agências bancárias, restaurantes, shoppings e praias estão super lotados. Quer dizer, então, que a Covid-19 só é uma ameaça nas escolas públicas?
Por Julysson Charles.
Foto: Reprodução.
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